Como lidar com os conflitos infantis?

11/12/2019

Por Flávia Vivaldi, especialista em Psicologia Educacional, integrante do Grupo e Estudos e Pesquisas em Educação Moral (Gepem).

1. Intervenha sempre que necessário, independente da idade
Se bebês de 1 ano disputam um objeto ou carinho, com mordidas ou puxões de cabelo, intervenha. Se um menino de 12 anos não resolve bem seus conflitos, intervenha. Não há idade para parar.

2. Diga à criança o que ela é capaz de entender
Até os 2 ou 3 anos, falas afirmativas, breves e firmes (“faça carinho no seu irmão”) são mais apropriadas do que tentar explicar proibições (“não bata no seu irmão, porque machuca, é errado…”). Nessa fase, a criança ainda não processa o “não” e age pela obediência à autoridade do adulto; só mais tarde ela é capaz de refletir sobre regras.

3. Deixe que a criança escolha, mas só o que ela puder escolher
Oferecer escolhas promove a autonomia. Mas há escolhas e escolhas. A uma criança na fase da mordida pode-se dar um brinquedo de borracha e dizer: “Isso você pode morder”. A uma criança mais velha, usar o agasalho no frio não é questão de escolha, mas a cor pode ser: “Quer o azul ou o verde?”.

4. Dedique tempo de qualidade aos filhos, e eles não brigarão por sua atenção
Irmãos se desentendem porque há disputa social por espaço, status e atenção dos pais. Quanto mais a família reservar tempo aos filhos, mais os conflitos tendem a diminuir. Nem é necessário muito, mas um tempo de qualidade, dedicado apenas aos filhos, sem celular, tablets e afins.

5. Cultive a parceria com a escola
Uma instituição deve respeitar o espaço da outra. Por um lado, a escola só deve intervir em conflitos que se passem no espaço escolar, preservando a privacidade das famílias. Estas, por sua vez, devem cuidar para não minar a autoridade da escola, quando for preciso intervir. Ambas devem agir juntas em nome do que é melhor para a criança.