Parceiros de sucesso
26/10/2018
Se tudo correr como planejado,em 2018, Gilberto Vilar e Victor Chaim seguirão cada um o seu caminho, depois de cinco anos de convívio quase diário e parceria acadêmica bem-sucedida. Eles se conheceram na 2ª série do Ensino Médio do Vital, em 2013, e não demorou para que afinidades de interesse e perfil os aproximassem. Eram ambos bons alunos, com inclinação para a área de Exatas e gosto por construir coisas. Tinham ambos a habilidade de correr atrás de suas metas, demonstrando o foco e o empenho necessários para alcançá-las.
A Mostra de Ciências do Vital de 2013 foi o primeiro fruto da parceria. Gilberto, Victor e um colega, Pedro Ernesto Noronha, construíram um carro-robô que rodava sozinho por uma pista traçada no chão com fita isolante. O projeto foi o grande vencedor da Mostra naquele ano, em parte por apresentar um diferencial construtivo que passava despercebido pelo público leigo. “Já existia toda uma classe de projetos de robôs seguidores de linha, a maioria utilizando linguagem de programação digital”, lembra Gilberto. “Mas nós fabricamos um robô analógico”.
Em resumo, uma vez ligado, o carrinho fazia o percurso correto sem precisar ser programado, com base apenas na interação dos elementos físicos do sistema: carro, fita isolante, luz e energia elétrica. Parece pouco? O júri da Febrace (Feira Brasileira de Ciências e Engenharia) discordaria, já que, no ano seguinte, o projeto ganhava um prêmio de inovação da empresa 3M, participante do evento.
O entusiasmo com o prêmio solidificou em Gilberto e Victor a certeza pela Engenharia Mecatrônica (Pedro Ernesto optou por Medicina). Tendo a Politécnica da Universidade de São Paulo (USP) como alvo, estudaram juntos, um auxiliando o outro – e ambos ajudando colegas, já que foram voluntários no programa de tutoria acadêmica do Vital. No fim de 2014, foram aprovados.
Hoje no terceiro ano de Poli, eles ainda estudam na mesma sala, mantendo a amizade e o senso de parceria que os fazem vibrar um pela conquista do outro. E a próxima conquista está prestes a se realizar.
Eles acabam de ser pré-aprovados pela USP para um intercâmbio em universidades estrangeiras: Gilberto no Instituto Politécnico de Turim, na Itália; Victor na Arts et Métiers ParisTech, na França. Agora faltando apenas a última etapa do processo classificatório – uma mera formalidade, ao que tudo indica, ainda mais pelo histórico de boas notas, atividades voluntárias e eventos científicos no currículo de ambos –, eles deverão estudar nessas instituições por dois anos, ao fim dos quais terão diploma de máster, retornando ao Brasil em 2020 para concluir o último semestre do bacharelado.
Com objetivos profissionais distintos – Gilberto quer atuar na área de Biomecatrônica, projetando próteses e tecnologias assistivas, enquanto Victor trilhará a Engenharia Aeroespacial –, por ora eles terão seu convívio e parceria interrompidos. Mas a amizade, forjada pelo amor à Ciência e pelo valor que ambos dão ao esforço e aos estudos, essa dificilmente acabará.